segunda-feira, 15 de novembro de 2010

TRABALHOS UNIVERSITÁRIOS | mídias digitais: análise do filme A.I.



A.I - INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL



O FILME

No futuro, onde parte do planeta foi inundada pela elevação do nível dos mares, robôs convivem com os seres humanos. A história se passa num futuro indeterminado, quando a terra havia sofrido grandes transformações ambientais, devido às conseqüências do efeito estufa. Para lidar com esse desastre ambiental, humanos criam um novo tipo de computador com uma inteligência artificial incrível: os mecas, robôs independentes, conscientes de sua existência. Assim, parte do planeta fica dividida entre os orgas (seres orgânicos/humanos) e os mecas (seres mecânicos/robôs).
Cybertronics Manufacturing, empresa que domina a criação de mecas, resolve projetar um robô que seja capaz de amar, sonhar e de ter sentimentos iguais aos de seres humanos. Dessa forma, o meca David, um robô-criança, é desenvolvido e programado para amar seus pais eternamente. Esse robô é um estereótipo tão perfeito de uma criança, que confunde seus “pais”, que ora o vêem como robô ora como criança. Após a recuperação do filho humano, cria-se um conflito entre os humanos e o menino-robô, que passam a vê-lo como uma ameaça. Tomada de sentimentos conflitantes, a mãe abandona David numa floresta junto com o urso de pelúcia Teddy (que também é um robô programado para raciocinar de forma autônoma). Após o abandono, David corre atrás de seu sonho, tornar-se humano. Pois, de acordo com a história de Pinóquio, que fora contada pela mãe, David passa a acreditar que se achar a fada azul poderá tornar-se humano, voltar para casa e ser amado pela mamãe.
Desiludido, David tenta suicídio e lança-se às águas. E acaba encontrando a Fada Azul. David pede que ela o transforme em um garoto de verdade, aguardando a manifestação da Fada, o tempo passa sem que nada ocorra. Depois de 2000 anos toda a água converteu-se em gelo, numa nova glaciação. Com isso, todos os seres vivos morreram e apenas as máquinas sobreviveram. Tais máquinas usam sua inteligência para irem se reconstruindo, até assumirem formas super-inteligentes, dotadas que grande conhecimento. Tais robôs então iniciam grandes escavações arqueológicas em busca de seres-humanos que ficaram presos no gelo, e assim, acabam encontrando David e Teddy.
No intuito de agradarem David, as máquinas ressuscitam sua mãe através de uma avançada técnica de reconstrução corporal, com um fragmento de DNA de seus cabelos, que ficou com o urso Teddy todo esse tempo. Porém, antes de ressuscitá-la os robôs explicam a David que sua mãe só poderá viver um dia, já que o caminho espaço-tempo de cada indivíduo não pode ser reutilizado. Antes de morrer, Monica diz a David que o ama, sendo aquele o momento eterno que David tanto esperou. Vendo que não há mais motivo para continuar vivendo, David decide morrer também, partindo junto com sua mamãe para o lugar onde nascem os sonhos. Teddy fica sozinho.

CONFLITO: HUMANOS X ROBÔS
  
A.I. - Inteligência Artificial mostra questionamentos sobre essa relação tão polêmica e tão complexa que é a do homem com a máquina. Tal relação pode ser boa ou má, depende da situação e do momento, pois os humanos mudam de opinião sobre a tecnologia durante o filme. A principio é boa, já que substitui até mesmo um filho. Depois torna-se má. Pois os humanos passam a sentir medo e ciúmes dos robôs, como por exemplo, quando o filho biológico induz o filho-robô a cortar o cabelo da mãe, assustando-a, fazendo com que os pais passem a temer as atitudes do robô e questionem: já que ele foi programado para amar, também pode odiar?! Há uma inversão dos valores e sentimentos, já que os humanos tornam-se frios e insensíveis, a ponto de abandonar o filho-robô na floresta, que passa a sofrer com o abandono e a saudade de casa e da família humana.
O filme mostra a capacidade dos humanos de começarem a criar robôs com finalidades humanas, causando assim substituição nos ramos sentimentais, familiares e profissionais. A tecnologia foi elaborada para facilitar a vida humana, criando vários tipos de mecas, produzidos com as mais diferentes finalidades: mecas-babás, mecas-empregados, mecas-amantes, gigôlos para satisfazer a vontade carnal, e até mesmo meca-filhos, com sentimentos para substituir a perda de filhos humanos. Contudo, todos eles têm uma característica em comum: a de servir aos seres humanos como “escravos”, incondicionalmente.

A relação do menino-robô com a família é bem complicada, pois a “mãe” não o aceita de início, por amor ao seu verdadeiro filho, não querendo que haja substituição, sendo que a tecnologia apresentada é tão perfeita com o estereotipo humano que a deixa confusa sobre o que fazer com o robô. Com o passar do tempo ela aceita-o, ativando suas emoções para que o robô passe a amá-la.

A tecnologia interfere na vida humana em todos os momentos do filme, como por exemplo, a biblioteca, que foi extinta das cidades, sendo substituída por um computador que sabia tudo do mundo, o Dr. Saber. Os humanos utilizam os robôs até o momento que os convém, pois, a partir do momento que os robôs não servem mais são devolvidos para a Cybertronics para serem destruídos. No filme temos um bom exemplo quando o filho real do casal volta de sua enfermidade, ele deixa bem frizado ao menino-robô que ele não é real e sim um brinquedo. Em um outro momento, vimos que mesmo com carinho a família também possui medo da criatura.

Além de todos esses aspectos socioculturais na relação homem x máquina, o impacto gerado pelo advento dos robôs que servem aos humanos é grande nas áreas da política e da economia, já que a mão-de-obra robótica era excelente e barata. A tecnologia dos robôs era tida como a salvação no mundo pós-destruição, sendo um elo econômico importante para a reestruturação do mundo. Porém a responsabilidade moral dos humanos diante de robôs que amam e sonham passa a gerar conflitos entre os humanos e seus simulacros.

Os humanos começaram a sentir-se ameaçados pelas máquinas, entrando em contradições entre quais são suas funções. A responsabilidade sobre as tecnologias é exercida quando lhes é viável, apenas para seu mero benefício. A partir do momento onde tal tecnologia interfere negativamente em sua vida, ele é descartado, e mesmo que haja algum apego sentimental na relação humano X máquina, pode até tornar difícil descartar a máquina, mais nada impede de fazê-lo.

A superioridade humana é explicita quando humanos fazem show bussines destruindo os robôs em uma “carnificina”, chamadas feiras de carne, organizadas pelas pessoas para destruir essas máquinas, pensando que estas vão dominar o planeta e ultrapassar a inteligência humana. Os robôs fazem parte de um espetáculo onde há prazer em destruir as máquinas. Os humanos deixam claro que eles dominam sobre a máquina e que a máquina só serve para ser dominada e não para dominar, em todas as esferas da vida humana, seja para o trabalho e seus desejos sentimentais. Como argumento para a destruição, onde um robô é retratado como “O mais novo exemplo de uma série de insultos à dignidade humana, nesse terrível plano para acabar com as crianças vindas de Deus”, quase destroem David, o personagem principal do filme, que pela sua perfeição, chega a ser confundido com uma criança humana e implora que não o matem. Mas no final, vemos a inversão da superioridade, os humanos não existem mais e os robôs permanecem na Terra.



NOSSAS CONCLUSÕES

Ao retratarmos a relação conflituosa homem-máquina, revela um pensamento de que os homens, ao criarem artefatos tecnológicos, sentem ao mesmo tempo uma mistura de prazer e medo. Prazer por realizar obra comparada à criação “divina” e, ao mesmo tempo, medo, principalmente de serem substituídos por tal obra, ou mesmo de que a “criatura” se volte contra o “criador”.
Filmes como Inteligência Artificial, servem de alerta para o fato de que a aceitação cega, sem questionamentos, dos produtos da ciência e da tecnologia pode levar à morte, à desordem e à destruição. O homem do mundo globalizado não tem mais tempo, falta-lhe tempo para passear, para se relacionar, e nessa ânsia pelo tempo, ou melhor, por “agilizar” o seu tempo, busca nas mais diferentes possibilidades tecnológicas tornar sua vida cada dia mais prática e, conseqüentemente, mais “artificial”, muitas vezes tornando-se “escravo” destes recursos.



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TRABALHO: MÍDIAS DIGITAIS - RONIZE - 2010
ALUNOS: EDILAINE MATOS, JEAN CARLOS, SARAH MOURÃO E LUCIANA MONTEIRO

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