sábado, 18 de agosto de 2012

OS BARCOS




Você diz que tudo terminou
Você não quer mais o meu querer
Estamos medindo forças desiguais
Qualquer um pode ver
Que só terminou pra você

São só palavras, texto, ensaio e cena
A cada ato enceno a diferença
Do que é amor ficou o seu retrato
A peça que interpreto,um improviso insensato
Essa saudade eu sei de cor
Sei o caminho dos barcos

E há muito estou alheio e quem me entende
Recebe o resto exato e tão pequeno
É dor, se há, tentava, já não tento
E ao transformar em dor o que é vaidade
E ao ter amor, se este é só orgulho
Eu faço da mentira, liberdade
E de qualquer quintal, faço cidade
E insisto que é virtude o que é entulho
Baldio é o meu terreno e meu alarde
Eu vejo você se apaixonando outra vez
Eu fico com a saudade e você com outro alguém

E você diz que tudo terminou
Mas qualquer um pode ver
Só terminou pra você
Só terminou pra você

QUANDO VOCÊ VOLTAR




Vai, se você precisa ir

Não quero mais brigar esta noite
Nossas acusações infantis
E palavras mordazes que machucam tanto
Não vão levar a nada, como sempre
Vai, clareia um pouco a cabeça
Já que você não quer conversar.
Já brigamos tanto
Mas não vale a pena
Vou ficar aqui, com um bom livro ou com a TV
Sei que existe alguma coisa incomodando você
Meu amor, cuidado na estrada
E quando você voltar
Tranque o portão
Feche as janelas
Apague a luz
e saiba que te amo...

GIZ





E mesmo sem te ver
Acho até que estou indo bem
Só apareço, por assim dizer
Quando convém aparecer
Ou quando quero
Quando quero

Desenho toda a calçada
Acaba o giz, tem tijolo de construção
Eu rabisco o sol que a chuva apagou
Quero que saibas que me lembro
Queria até que pudesses me ver
És parte ainda do que me faz forte
E, pra ser honesto,
Só um pouquinho infeliz...

Mas tudo bem
Tudo bem, tudo bem... (2x)
Lá vem, lá vem, lá vem
De novo...
Acho que estou gostando de alguém
E é de ti que não me esquecerei

(Quando quero....
Quando quero...
Quando quero...
Eu rabisco o sol que a chuva apagou...
Acho que estou gostando de alguém...)

VINTE E NOVE



Perdi vinte em vinte e nove amizades
Por conta de uma pedra em minhas mãos
Me embriaguei morrendo vinte e nove vezes
Estou aprendendo a viver sem você
(Já que você não me quer mais)

Passei vinte e nove meses num navio
E vinte e nove dias na prisão
E aos vinte e nove, com o retorno de Saturno
Decidi começar a viver.

Quando você deixou de me amar
Aprendi a perdoar
E a pedir perdão.
(E vinte e nove anjos me saudaram
E tive vinte e nove amigos outra vez)

domingo, 12 de agosto de 2012

texto | Guarde seu coração





O sentido das relações por vezes fica abalado. Por mais que se acredite na pessoalidade de cada história, existem momentos de difícil compreensão.
Será que é permitido se sentir miserável? O mundo hoje está repleto de frases feitas. Muitos querem passar uma imagem “zen” e que se vive desta forma. Mas existe a dor que dilacera, a solidão que corrói, as dificuldades que enfraquecem e a tristeza que torna tudo cinza. Qual o problema de achar difícil ter fé no amanhã? E se já não dá para esperar que algo transformador aconteça em meio a um processo tão complicado? E se falhamos em acreditar em nós mesmos? E mais, e se falhamos em acreditar no outro?
É tempo de estiagem. Não há cor e nem flores. Vai ver neste período nada possa ser feito e o remédio seja esperar. Esperar por mais um ciclo e assim, por mudanças. É possível mesmo que essa história de que o coração não sente o que não vê, seja verdade. Mas o que fazer com o que ele vê? As pessoas são tão nocivamente indiferentes que sequer percebem que perdem todos os argumentos e justificativas, quando demonstram que são capazes de compreender suas atitudes.
Especificamente falando de relacionamentos, qualquer tipo, as pessoas doam-se, cuidam, encurtam distâncias, arrumam tempo; o que é o previsível, diante do fato que se importam e querem manter o outro em suas vidas. Mas e quando isso é explicitado e as atitudes demonstram o contrário? Fala-se em amor, mas ele não é praticado. Ao mesmo tempo, espera-se que o outro compreenda as lacunas que são criadas, mesmo assistindo o empenho que existe em outras relações. Afinal, se você consegue agir de uma determinada forma, é porque conhece o conceito. Então, não há justificativa para não praticá-lo com os que você escolhe conviver e abertamente diz amar.
Algumas pessoas envenenam o coração de outras. Às vezes, é preciso admitir que essas atitudes machucam para não mais testemunhá-las. Ou você se protege ou sempre será alvo do exercício da indiferença alheia. Não há motivo para viver assim. O difícil é compreender o porquê. Talvez seja carma. Que constatação triste. Viver sabendo que em toda a sua existência você vai cruzar com pessoas dispostas a te tratar desrespeitosamente. Que peso lidar com o fato que talvez nunca se conheça o prazer de uma relação verdadeira, não perfeita, mas repleta de tudo aquilo que as pessoas estão dispostas a doar umas para as outras. O que te resta é cuidar de si mesmo. Ninguém fará isso em seu lugar. Arrumar maneiras de não servir de passagem para inconsequência e estupidez humana. Um dia essas mesmas pessoas que não te tratam como você merece, estarão diante do que foram e não gostarão do que virão, mas só lhes restarão arcar com suas escolhas e suportar as consequências. Isso não é desejo de vingança, é a realidade da vida. Ninguém sai impune. Infelizmente, esse processo se repete desde que o mundo é mundo. Nós ainda temos muito que aprender.
Diante desta realidade, não há mais como postergar o que precisa ser feito. É necessário aprender a se proteger. Um dia, a alegria de construir laços com quem queira te amar e ser amado por você será real. O segredo é esse: amar e se deixar amar. É uma troca; uma via de mão dupla. Pessoas que só olham para si e só querem para si, estão muito longe de saber o que é o amor.
Coloque seu coração na sua caixa protetora. Não tema, ele é livre e saberá o momento de sair novamente. Quando isso acontecer, ele estará mais forte e você sentirá o frio no estômago de estar diante do novo e a alegria de ter deixado o que te fez tanto mal para trás. Você terá aprendido a se amar e se sentirá vivo!

Martha Gama

sábado, 11 de agosto de 2012

música | Pra sonhar

Duas semanas seguidas fotografando casamentos. Essa música é, pra mim, a mais perfeita. Fico só pensando quando será o meu... realmente é pra sonhar...




Quando te vi passar fiquei paralisado
Tremi até o chão como um terremoto no Japão
Um vento, um tufão
Uma batedeira sem botão
Foi assim viu
Me vi na sua mão
Perdi a hora de voltar para o trabalho
Voltei pra casa e disse adeus pra tudo que eu conquistei
Mil coisas eu deixei
Só pra te falar
Largo tudo
Se a gente se casar domingo
Na praia, no sol, no mar
Ou num navio a navegar
Num avião a decolar
Indo sem data pra voltar
Toda de branco no altar
Quem vai sorrir?
Quem vai chorar?
Ave maria, sei que há
Uma história pra sonhar
Pra sonhar
O que era sonho se tornou realidade
De pouco em pouco a gente foi erguendo o nosso próprio trem,
Nossa Jerusalém,
Nosso mundo, nosso carrossel
Vai e vem vai
E não para nunca mais
De tanto não parar a gente chegou lá
Do outro lado da montanha onde tudo começou
Quando sua voz falou:
Pra onde você quiser eu vou
Largo tudo
Se a gente se casar domingo
Na praia, no sol, no mar
Ou num navio a navegar
Num avião a decolar
Indo sem data pra voltar
Toda de branco no altar
Quem vai sorrir?
Quem vai chorar?
Ave maria, sei que há
Uma história pra contar
Domingo
Na praia, no sol, no mar
Ou num navio a navegar
Num avião a decolar
Indo sem data pra voltar
Toda de branco no altar
Quem vai sorrir?
Quem vai chorar?
Ave maria, sei que há
Uma história pra contar
Pra contar 

_Marcelo Jeneci

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Maria Bethânia canta Chico Buarque




Maria Bethânia canta Chico Buarque


Desde que pisou profissionalmente no palco pela primeira vez, em 1965, aos 18 anos, Maria Bethânia se firmou como a mais autoral das cantoras brasileiras e não parou de escrever para si uma trajetória singular na história da MPB. Ao longo de 45 anos de trabalho, conseguiu conciliar de forma magistral atributos aparentemente inconciliáveis: reverência ao passado e ousadia; independência artística e sucesso comercial; sofisticação e apelo popular. Foi a primeira mulher a vender um milhão de discos no país. Nunca se atrelou a movimentos, jamais se submeteu a pressão de gravadoras e sempre navegou na contramão do mercado. Tudo isso lhe garantiu uma carreira imaculada, que atravessa as décadas angariando a admiração fiel do público e da crítica.


Mais do que cantora, Maria Bethânia sempre gostou de se definir como intérprete. E com justa razão. Ela deu origem a uma linhagem de cantoras que, por força de sua interpretação, tornam-se quase co-autoras das canções que passam por suas vozes. E pelo timbre grave e dramático de Bethânia já passou, e continua a passar, o melhor da música brasileira.


Entretanto, de todos os compositores que interpretou, nenhum ganhou mais sentido na sua voz do que Chico Buarque. Sem falsa modéstia, e com aval do próprio compositor, Bethânia costuma se dizer sua melhor intérprete. E não é para menos: em quase cinco décadas de carreira, já interpretou mais de cinqüenta de suas canções.


O roteiro traz novidades como ‘Vai Trabalhar, Vagabundo’, ‘Valsinha’ e o samba-enredo ‘Chico Buarque da Mangueira’, além de músicas eternizadas na voz da cantora (‘Olhos nos Olhos’, ‘Rosa dos Ventos’). Bethânia ainda revive boa parte do repertório da antológica apresentação quando dividiu, em meados dos anos 70, o palco com Chico (‘Olê, Olá’, ‘Sem Açúcar’, ‘Noite dos Mascarados’ e ‘Sonho Impossível’), e recita trechos de ‘A Gota D’água`, texto teatral assinado pelo artista em parceria com o dramaturgo Paulo Pontes, antes de entoar a música homônima. Na volta do bis, a cantora encerra o show com ‘A Banda’, primeiro grande sucesso do compositor.


Circuito Cultural Banco do Brasil Circuito Cultural


É uma proposta diferenciada e capilarizada de atuação na área cultural. A iniciativa teve como precursor o projeto Brasil Musical, lançado em 1993, que buscava popularizar a música instrumental brasileira. Realizado por cinco anos, o Brasil Musical atingiu um público variado, tendo recebido, em 1994, o prêmio da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte), na categoria de Melhor Projeto de Música Popular, e, em 1997, o prêmio ABERJE – Associação Brasileira de Comunicação Empresarial, como Melhor Projeto Institucional da Região Centro-Oeste/Leste.


A partir de 1998 o projeto passou a incorporar intérpretes de MPB e deu origem ao Circuito Cultural Banco do Brasil no ano seguinte, quando o projeto percorreu quatro cidades, recebendo um total de 76 mil pessoas e arrecadando 15 toneladas de alimentos.
O Circuito Cultural passou então a contemplar as mais variadas manifestações artísticas: exposições de artistas locais (artes plásticas e fotografia), música, artes cênicas (teatro e dança), oficinas, palestras e mostras de vídeo.


Em 2000, o projeto percorreu 19 cidades, recebeu cerca de 370 mil pessoas e arrecadou mais de 100 toneladas de alimentos, em um formato que privilegiava grandes shows populares. Este modelo cresceu ao longo dos anos e durou até 2007 e, em 2008 e 2009, com estrutura parecida, passou a ser conduzido pelos CCBBs RJ, SP e DF.