quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Cartas perto do coração



Hoje terminei de ler "Cartas perto do coração" - livro de correspondências trocadas por Clarice Lispector e Fernando Sabino, entre 1946 e 1969.
No início passava voando pelas palavras de FS, para deleitar-me com as de Clarice, sentir toda sua solidão e descobrir pequenas coisas do dia a dia dessa esfinge. Mas com o tempo, fui percebendo que as palavras dele estavam me comovendo tanto quanto as dela. E assim descobri um novo-velho autor, e mexendo em meus livros até achei um dele "O homem nu", que nunca li.
E o grande presente, quando passamos da metade do livro de cartas perto do nosso coração é ver como foi o desfecho para o livro "A maçã no escuro", ver as anotações, as correções, as trocas de palavras, de intenções. Foi sublime ver como o livro foi escrito. De arrepiar e emocionar.
Ler como dois grandes autores brasileiros escreviam seus livros, contos, novelas, cartas. Ler suas dificuldades, muitas vezes iguais as minhas! A cada leitura aumetava a vontade (antiga já) de escrever eu um livro também.
Assim como FS e CL pediam desculpas mútuas, quase na maioria das cartas por estarem escrevendo sem muita inteligência e brilhantismo, peço desculpas eu também, pois faço o mesmo agora. Mas dessa vez, penso: sou igual a Clarice. E isso é muito mais do que podemos imaginar.
Toda mulher tem um pouco de Clarice em si. Eu, lendo suas cartas descobri isso de forma muito mais clara do que lendo seus livros. E agora vivo como que dialogando com ela.
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ps: o livro já está todo marcado com passagens a serem descritas aqui, só me falta a preguiça deixar... sabe aquela preguiça que temos de escrever uma carta a um amigo muito querido? mas que sabemos mentalmente que ela será ótima quando escrevermos? pois é.

3 comentários:

  1. OI Lu! gostei do seu blog e da postagem tbm!

    acabei de postar o meu , visite e comente tbm =)!
    http://atitudescertasdeumagarotaimperfeita.blogspot.com/

    bjs

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  2. Eh Lu, mas todos nós temos a licença poética para escreve como quisermos, aquilo que realmente estamos sentindo. Você o fez bem. Mesmo que as vezes não hajam palavras sufucientes para expressar as emoções que sentimos.

    Beijãooo.

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  3. "Nem tudo o que escrevo resulta numa realidade, resulta mais numa tentativa. O que também é um prazer. Pois nem tudo eu quero pegar.As vezes, quero apenas tocar. Depois, o que toco ás vezes floresce e os outros podem pegar com as duas mãos "...
    C.L

    bj

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