Senhoras e sem dores,
Respeitável público pagão,
Bem-vindo ao Teatro Mágico.
Parto-me.
Parto-me.
A poesia prevalece.
A poesia prevalece.
O primeiro senso é a fuga.
Bom, na verdade é o medo,
Daí então, a fuga.
Evoca-se na sombra uma inquietude,
Uma alteridade disfarçada,
Inquilina de todos os nossos riscos,
A juventude plena e sem planos se esvai
O parto ocorre.
Parto-me. Parto-me. Parto-me. Parto-me.
Aborto certas convicções.
Abordo demônios e manias.
Flagelo-me.
Exponho cicatrizes.
E acordo os meus, com muito mais cuidado,
Muito mais atenção!
E a tensão que parecia nunca não passar,
O ser vil que passou para servir,
Pra discernir, harmonizar o tom.
Movimento. Som.
Toda terra que devo doar.
Todo voto que devo parir.
Não dever ao devir,
Nunca deixar de ouvir,
Com outros olhos!
Com outros olhos!
Com outros olhos!
...
porque hoje a noite tem! na Fundição Progresso. Lapa!
...
* Alteridade : todo homem social interage e interdepende do outro. A existência do "eu-individual" só é permitida mediante um contato com o outro (que em uma visão expandida se torna o Outro - a própria sociedade diferente do indivíduo).
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