quarta-feira, 30 de maio de 2012

CURSO | Marketing Esportivo nas Redes Sociais



Objetivo:
Preparar o aluno para atuar em empresas e instituições esportivas que desejam interagir com seus clientes; de forma produtiva, por meio das Midas Sociais.
A quem se destina:
Estudantes de graduação ou profissionais já formados que já atuam ou desejam atuar com as mídias sociais, aplicadas ao esporte.
Metodologia:
O programa foi desenvolvido para promover uma sinergia com o participante facilitando a compreensão, absorção e aplicação dos temas. Aulas presenciais com a utilização de recursos audiovisuais. Realização de palestras sobre assuntos de interesse da área e estudo de casos.

Conteúdo Programático:
-        Conceitos de Marketing Esportivo;
-        Conceitos de Rede Social e Mídia Social;
-        Facebook, Twitter, Linkedin, Youtube, Pinterest e Orkut, suas diferenças e particularidades;
-        As mídias sociais no Esporte;
-        Objetivos nas redes sociais;
-        Estratégias para alcançar os objetivos;
-        SEO (Search Engine Optimization)
-        Monitoramento das redes sociais
-     Cases de sucesso (nacional e internacional)

   De: 17 a 20/07  -  3ª a 6ª feira -  18:30h às 21:30h  
  Valor: R$ 210,00  ou  Pagamento até 15/06: 180,00
    PROFESSORES
Sávio Sousa Graduação em Administração (UFF), com Pós graduação em Gestão Financeira (FGV). Diretor de Comunicação da Liga Rio Vôlei e Blogueiro do www.laboratorioesportivo.com.br.
Diogo Mello Graduação em Administração pela St Gregory´s University. Ex-jogador de basquete com passagem pelo Vasco da Gama e Universo. Blogueiro do Laboratório Esportivo.



LOCAL DE REALIZAÇÃO E INSCRIÇÕES
 Rua México, 119/salas 1202 a 1208, Centro, Rio de Janeiro, RJ
Tels: (21) 2532-5125 / 2533-3768 e-mail: 
cursos@mudes.org.br

terça-feira, 29 de maio de 2012

Receitas Papel Manteiga




OVOS MEXIDOS COM COGUMELO

6 ovos
um grande punhado de cogumelos
1 colher de sopa de manteiga
6 colheres de chá de leite
pimenta do reino a gosto
4 pitadas de sal
Aqueça uma frigideira e derreta nela a manteiga. Limpe, pique
e cozinhe os cogumelos na manteiga aquecida. Em uma tigela,
bata os ovos com o leite e o sal. Quando os cogumelos secarem,
derrame os ovos na panela, deixe um pouquinho e comece a mexer, formando mini-pedaços de ovos. Finalize com pitadas de pimenta do reino e sirva com torradas.

_do livro: papel manteiga, para guardar segredos [da Tatiana e Larissa]

****

Trecho do Livro:Bisa,

   Enlouqueço devagar nesta cozinha. Converso com as panelas e peço conselhos sentimentais ao manjericão, sendo que somente a hortelã deve entender destas coisas, afinal, há muito que é usada para perfumar hálitos.
   O moço que me levou ao cais tem apercido como fantasma. Me ajuda a carregar a lenha e some. Destranca a janela grande do restaurante, sorri e some de novo, diante dos meus olhos. tenho dúvidas sinceras se ele é uma alucinação ou uma verdade inventada que é, afinal, a mesma coisa. Ouço barulhos, risos e o cheiro de maresia entra pela porta, enovelando os cabelos e causando reações até em Senhorita Virgínia, que por sinal anda meio torta para o lado esquerdo estes dias.
   Inspirada em uma não-existência que me faz feliz, mal percebo e aprendo a ver e sentir sozinha. Já entendo quando os molhos pedem temperos, ouso vôos, cheiro azeites, choro com gosto picando a cebola. Comemoro os progressos sozinha, em brindes às escondidas com o vinho do Porto. Como a senhora fazia quando terminava um poema, lembra? Um brinde ao que passou, porque o que vem é melhor. Sua frase favorita me sai de repente e aconchega. Uso-a como se fosse minha. Talvez seja. Nossos olhos são os mesmos, deve ter mais coisas que também são. O gosto pelo agridoce e a capacidade de incendiar de risos um espaço com gentes, certamente. E embora eu saiba que possuir esse dom tem preço amargo, não reclamo. Uma certa melancolia é até bom pra cozinhar.

Antonia.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Papel Manteiga, para embrulhar segredos



Este Papel-manteiga não forra as fôrmas, sequer se deixa descansar nele a cobertura do bombom. Este papiro é compatível com a língua, a física e a falada, pode-se embrulhar nele sabores factíveis e ficcionais. Livros que receitam são tão íntimos quanto o amor.
Receitas são letras e não o bolo em si, a bandeja. Porque palavras se transformam em bolo se você quiser. Eis um romance permeado por receitas até para quem não tem fogão. Cozinhe e faça a sesta, uma vez que as cartas/capítulos deste romance levam o leitor ao sombreiro que a boa literatura traz aos bons de prato.
Ingredientes unidos por Tatiana Damberg, em alquímica sabedoria, encontram seu cozimento nas graças de Cristiane Lisbôa, que faz literatura até com miolo de pão. A forma como se escolhe ingredientes, como se perfuma as panelas e se deixa cozer as carnes foi, é, e sempre será misteriosa para quem a faz, imagine para quem a lê. Tem em mãos um romance epistolar, receitas solares e madrigais. Alcance uma poltrona e dispense o guardanapo. Ninguém está olhando.


_por : Andréa del Fuego


_ no site: memoriavisual.com.br


[estive com esse livro em mãos na feira nacional do livro infanto-juvenil e adorei. não comprei. arrependimento. agora quero ele.]

domingo, 27 de maio de 2012

Arte de OAKOAK pelas ruas da França







O artista francês OakOak usa papel, tinta e muita criatividade para brincar com as ruas de Saint-Etienne, cidadezinha próxima a Lyon, França. Nerdices e cultura pop são suas referências preferidas.






Ele tira fotos de todas as intervenções que faz e posta no blog: http://oakoak.canalblog.com/

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Guia Gastronômico de Comida Carioca



A segunda edição do Guia Carioca da Gastronomia de Rua está recebendo indicações de ambulantes para fazer parte da galeria dos melhores da cidade.


Esta é a primeira fase  da pesquisa, onde todo tipo de dica pode ser uma pista valiosa para desencavar os talentos culinários. Pontos na Zona Norte e Oeste são os de prioridade, pois a ideia é  valorizar cada esquina do Rio.


As informações devem ser detalhadas com foto, texto, história do ambulante, detalhe da comida e localização. Mas, a equipe avisa que, se não tiver todas essas informações, e o ambulante for bom, vale a sugestão.


Na segunda fase, os locais serão visitados e começa a seleção, feita por um júri, para avaliar os que valem a visita, seja qual for o bairro.


As indicações podem ser enviadas para o e-mail gastronomiaderua@gmail.com ou acesse o blog para mais informações.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Mostra Pierre Perrault



NOS DIAS 24, 25 E 26 DE MAIO ACONTECE NO INSTITUTO MOREIRA SALLES, A MOSTRA INTERNACIONAL PIERRE PERRAULT.

O Colóquio pretende apresentar ao público brasileiro uma discussão ampla sobre a obra de Pierre Perrault, ainda muito pouco vista e discutida entre nós. Vasta e variada, esta obra recobre os campos do rádio, da literatura (prosa e poesia) e do cinema. 


No cinema, Perrault é considerado um dos maiores documentaristas da segunda metade do século 20 e um representante fundamental do cinema direto. 


O Colóquio contará com a presença de 18 estudiosos de documentário do Brasil, do Canadá e da França, incluindo a viúva e colaboradora de Perrault, a arqueóloga, Yolande Simard-Perrault. 

Serão 6 mesas temáticas que abordarão temas como: documentário, ficção e mise en scène, cinema direto, entre outros. O objetivo do Colóquio é levantar aspectos que definem a especificidade do seu trabalho de cineasta (contexto, itinerário, problemáticas, estratégias estilísticas, etc) e, também, aquilo que lhe confere sua universalidade, assim como sua pertinência para os debates atuais, no Brasil, sobre o cinema. 

O colóquio terá tradução simultânea. 
Inscrições GRATUITAS: bilheteria do IMS

***
24, 25 e 26 de maio de 2012
Local: Instituto Moreira Salles  
Rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea  
Tel.: 21 3284-7400   


*** 


A Retrospectiva dos filmes no Rio de Janeiro segue até dia 31 de maio.


***

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Sushi [Tulipa Ruiz]



Pensei estar sendo esperta
Ao te dar meu coração
Falhei, deixei porta aberta
Você alegou: "foi rejeição"
É isso que dá contar com o certo
Nem sempre o amor se encontra tão perto
Cheguei a uma ilha deserta
A um atalho contramão
Eu sei que a resposta correta
Pode não ser a solução
Viver a teu lado não dá futuro
Fiquei deslumbrada a princípio, eu juro
Então vem, chega mais perto
Devolve já meu coração
Que tal sair deste aperto
E decretarmos solidão a dois
Querido, é mais fácil vivermos solteiros
Em festas confusões
Querido, é mais lindo juntarmos dinheiro
E embarcarmos pro Japão
Sushi, chá bar
E esse seu jeito de falar
Cantar, dançar, olhar pra mim
Viver é não ter que transplantar...
Doar sangrar trocar chamar pedir mostrar mentir falar justificar
no cais chorando não sou eu quem vai ficar dizendo adeus batucada
macaco no seu galho da roseira em flor da laranjeira amor é choradeira
horror a vida inteira à beira da loucura e a dor e a dor e a dor e a dor...


Dois [Tiê]




Como dois estranhos,
Cada um na sua estrada,
Nos deparamos, numa esquina, num lugar comum.
E aí? quais são seus planos?
Eu até que tenho vários.
Se me acompanhar, no caminho eu possso te contar.
E mesmo assim, queria te perguntar,
Se você tem ai contigo alguma coisa pra me dar,
Se tem espaço de sobra no seu coração.
Quer levar minha bagagem ou não?

E pelo visto, vou te inserir na minha paisagem
E você vai me ensinar as suas verdades
E se pensar, a gente já queria tudo isso desde o inicio.
De dia, vou me mostrar de longe.
De noite, você verá de perto.
O certo e o incerto, a gente vai saber.
E mesmo assim,
Queria te contar que eu talvez tenha aqui comigo,
Eu tenho alguma coisa pra te dar.
Tem espaço de sobra no meu coração.
Eu vou levar sua bagagem e o que mais estiver à mão.

sábado, 19 de maio de 2012

Galeria de LUCIANA MONTEIRO

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Noite de 24 SIM !
Casamento comunitário de 12 casais!
Na PIB de Vila Valqueire

Amadurecência [o teatro mágico]




Senhoras e sem dores,

Respeitável público pagão,
Bem-vindo ao Teatro Mágico.

Parto-me.

Parto-me.

A poesia prevalece.

A poesia prevalece.

O primeiro senso é a fuga.

Bom, na verdade é o medo,
Daí então, a fuga.
Evoca-se na sombra uma inquietude,
Uma alteridade disfarçada,
Inquilina de todos os nossos riscos,
A juventude plena e sem planos se esvai
O parto ocorre.
Parto-me. Parto-me. Parto-me. Parto-me.
Aborto certas convicções.
Abordo demônios e manias.
Flagelo-me.
Exponho cicatrizes.
E acordo os meus, com muito mais cuidado,
Muito mais atenção!
E a tensão que parecia nunca não passar,
O ser vil que passou para servir,
Pra discernir, harmonizar o tom.
Movimento. Som.
Toda terra que devo doar.
Todo voto que devo parir.
Não dever ao devir,

Nunca deixar de ouvir,
Com outros olhos!
Com outros olhos!
Com outros olhos!



...
porque hoje a noite tem! na Fundição Progresso. Lapa!

...

Alteridade : todo homem social interage e interdepende do outro. A existência do "eu-individual" só é permitida mediante um contato com o outro (que em uma visão expandida se torna o Outro - a própria sociedade diferente do indivíduo).

Ana e o mar (pq hj tem o show!)




Veio de manhã molhar os pés na primeira onda
Abriu os braços devagar e se entregou ao vento
O sol veio avisar que de noite ele seria a lua,
Pra poder iluminar Ana, o céu e o mar

Sol e vento, dia de casamento
Vento e sol, luz apagada no farol
Sol e chuva, casamento de viúva
Chuva e sol, casamento de espanhol

Ana aproveitava os carinhos do mundo
Os quatro elementos de tudo
Deitada diante do mar
Que apaixonado entregava as conchas mais belas
Tesouros de barcos e velas
Que o tempo não deixou voltar

Onde já se viu o mar apaixonado por uma menina?
Quem já conseguiu dominar o amor?
Por que é que o mar não se apaixona por uma lagoa?
Porque a gente nunca sabe de quem vai gostar

Ana e o mar... mar e Ana
Histórias que nos contam na cama
Antes da gente dormir

Ana e o mar... mar e Ana
Todo sopro que apaga uma chama
Reacende o que for pra ficar

Quando Ana entra n'água
O sorriso do mar drugada se estende pro resto do mundo
Abençoando ondas cada vez mais altas
Barcos com suas rotas e as conchas que vem avisar
Desse novo amor... Ana e o mar

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Os Insetos Interiores - O Teatro Mágico




Notas de um observador:


Existem milhões de insetos almáticos.
Alguns rastejam, outros poucos correm. 
A maioria prefere não se mexer. 
Grandes e pequenos. 
Redondos e triangulares, 
de qualquer forma são todos quadrados. 
Ovários, oriundos de variadas raízes radicais. 
Ramificações da célula rainha. 
Desprovidos de asas, 
não voam nem nadam. 
Possuem vida, mas não sabem. 
Duvidam do corpo, 
queimam seus filmes e suas floras. 
Para eles, tudo é capaz de ser impossível. 
Alimentam-se de nós, nossa paz e ciência. 
Regurgitam assuntos e sintomas. 
Avoam e bebericam sobre as fezes. 
Descansam sobre a carniça, 
repousam-se no lodo, 
lactobacilos vomitados sonhando espermatozóides que não são.
Assim são os insetos interiores. 

A futilidade encarrega se de "mais tralos'. 
São inóspitos, nocivos, poluentes. 
Abusam da própria miséria intelectual, 
das mazelas vizinhas, do câncer e da raiva alheia. 
O veneno se refugia no espelho do armário. 
Antes do sono, o beijo de boa noite. 
Antes da insônia, a benção.

Arriscam a partilha do tecido que nunca se dissipa.
A família.
São soníferos, chagas sem curas.
Não reproduzem, são inférteis, infiéis, "infértebrados".
Arrancam as cabeças de suas fêmeas,
Cortam os troncos,
Urinam nos rios e nas somas dos desagravos, greves e desapegos.
Esquecem-se de si.
Pontuam-se


A cria que se crie, a dona que se dane.
Os insetos interiores proliferam-se assim:
Na morte e na merda.

Seus sintomas?
Um calor gélido e ansiado na boca do estômago. 
Uma sensação de: o que é mesmo que se passa? 
Um certo estado de humilhação conformada o que parece bem vindo e quisto.
É mais fácil aturar a tristeza generalizada
Que romper com as correntes de preguiça e mal dizer.
Silenciam-se no holocausto da subserviência
O organismo não se anima mais.
E assim, animais ou menos assim,
Descompromissados com o próprio rumo.
Desprovidos de caráter e coragem,
Desatentos ao próprio tesouro...caem.
Desacordam todos os dias, 
não mensuram suas perdas e imposturas.
Não almejam, não alma, já não mais amor. 
Assim são os insetos interiores.



Lomografia: a fotografia pós-digital



Na era da fotografia digital surge um movimento que se opõe à lógica de produção técnica dos dias atuais e absorve os aspectos positivos da contemporaneidade cibernética: a lomografia que, com equipamentos baratos e técnicas fotográficas primitivas, promove a disseminação da experimentação fotográfica artística e aproxima arte e vida. Assim, fazendo uso de aspectos procurados pela arte contemporânea como o hibridismo, a democracia, a apropriação e a larga disseminação de ideias, a lomografia consegue fundir fotografia e experimentação em escala mundial. 

Lomografia, fotografia, experimentação.

Imersa em um mundo tecnófilo, a fotografia, desde os anos 90, procura seus caminhos de adaptação à digitalização dos meios. Desde então, fotógrafos, tanto os que atuam nas artes quanto os que atuam nas comunicações, buscam maneiras de manter a fotografia como meio de expressão ativo, mediante a atualização com o mínimo de perdas qualitativas e o máximo de otimização da produção. 

No âmbito das artes visuais, a tentativa de inclusão da vida cotidiana nos projetos de criação artística contemporâneos e o anseio de fundir arte e vida explicitam o caráter híbrido das abordagens pós-modernas, favorecendo o diálogo entre épocas e estilos diferentes. Gilles Deleuze,em A imagem-tempo, afirma que no pós-moderno tudo pode ser verdadeiro sem ser, necessariamente, verdadeiro, multiplicando as possibilidades de criação. É a coexistência de temporalidades. 

Nesse contexto, a noção de rede emerge com força estrondosa e se faz recorrente no pós-moderno. As novas tecnologias de produção e comunicação de conteúdo contribuem para que arte e mídia se aproximem, unindo, dessa maneira, suas lógicas de funcionamento. A convergência de culturas em um só ambiente faz com que novos valores e novas dinâmicas passem a integrar o cotidiano de todos.

É assim que, consequentemente, redundância e saturação também se fazem presentes como aspectos intrínsecos ao mundo contemporâneo. Com a rapidez da transformação que rege tudo o que está imerso na rede, incluindo a arte, é preciso que os sujeitos que a colocam em funcionamento também obedeçam a suas regras. Assim, produção e transmissão são constantes, o que provoca o transbordamento de conteúdo e sua repetição. 

Mais do que mesclar arte e vida, tentativa recorrente na história da arte, o pós-moderno trata de reinserir a arte no pensamento de seu tempo. Clement Greenberg2 pensava numa linha evolutiva em que o Modernismo seria o final, ou seja, a etapa mais evoluída da arte, e pregava a pureza, a prevalência e a valorização da forma sobre o conteúdo. O novo padrão é a ausência de padrão.

O conceito de construção da realidade também é marca do período em questão. Isso porque é a comunicação que fornece à sociedade o elo para seu funcionamento. É então que o uso da linguagem e seu exercício se tornam dominantes. Só por intermédio da linguagem estruturam-se percepções e visões de mundo no período pós-moderno. Inserida nesse contexto, a arte denominada contemporânea funciona no mesmo esquema. A apreensão da realidade obtida apenas pelos sentidos aos poucos se apaga em favor de construção da realidade em grau secundário, em que verdade ou falsidade já não são mais questões relevantes. Por isso é possível dizer que a arte contemporânea é o que diz ser, é a sua imagem. 

Assim sendo, conclui-se que a posição do receptor na arte contemporânea passa a ter extrema importância. Se o que se diz da obra, ou seja, sua imagem, é aquilo que é a própria obra, então a forma como se vê a obra passa a ser tão importante quanto sua forma originária. Dessa maneira, a participação ativa do receptor passa a integrar a própria obra, o que foi favorecido pelos meios digitais, que possibilitam interatividade e trocas mais imediatas, assim como coprodução mais simplificada.

O advento do digital, junto com a evolução tecnológica e o barateamento dos meios a partir da década de 1980, foi fundamental para que o papel do receptor na obra de arte fosse elevado e mesclado ao do autor. A facilidade com que se produz, coproduz, distribui, transmite e comunica impõe ao mundo nova dinâmica de funcionamento. 

Na fotografia, a mudança foi radical. A questão da produção é colocada em xeque já que o equipamento, simples e barato, é acessível e de fácil manuseio. Assim, a figura do fotógrafo existe em qualquer parte, independente de qualquer formação técnica ou teórica. Os programas de tratamento de imagens também problematizam a função do autor. Embora sempre tenha existido a manipulação de fotografias, com o desenvolvimento de softwares de fácil aquisição e manuseio, a figura do fotógrafo criativo, do fotógrafo-artista, do fotógrafo como ser criador de imagens poéticas perde um pouco de seu valor. Ainda, dentro da rede, a distinção entre original e cópia deixa de existir e, assim, não há mais qualquer diferença entre os dois quando tratamos de imagens digitais.

Mesmo com a criação do arquivo RAW, conhecido como o negativo digital, mais fiel àquilo que foi fotografado e dotado de mais informações de detalhe, a problemática que se estabelece entre original e cópia ou, melhor, entre a inexistência de original ou cópia, permanece. Ainda que seja um arquivo bruto, não deixa de ser um arquivo binário programado, que pode ser reprogramado, modificado e copiado tantas vezes quantas forem desejadas.

Outra consequência da digitalização do processo fotográfico é a perda da conexão com a realidade física que a fotografia sempre se particularizou por ter. Os arquivos binários são simulações daquilo que aconteceria se o processo fosse analógico e químico. Portanto, a conexão passa a ser apenas programada e institucionalizada. 



_texto de : 

Tatiana Xerez 

(revista do instituto de artes da uerj)