terça-feira, 11 de janeiro de 2011

O mundo mágico de ESCHER - Exposição no CCBB Rio

BELVEDERE, LITOGRAFIA, 1958

CASCATA, LITOGRAFIA, 1961

DIA E NOITE, XILOGRAVURA, 1938

LAÇO, LITOGRAFIA, 1956


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Gravuras originais, desenhos, instalações

Curadoria: Pieter Tjabbes

Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro | CCBB RJ

Abertura: segunda-feira, 17 de janeiro, 19h [convidados]

Temporada: 18 de janeiro a 27 de março 2011
Terça a domingo, 9 às 21h
Grátis

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A maior exposição do mestre da ilusão gráfica chega ao CCBB RJ O ilusionismo gráfico do holandês M.C. Escher [1898 - 1972], em 95 gravuras originais, desenhos e instalações, é a mostra que o CCBB RJ apresenta, de 18 de janeiro a 27 de março de 2011, ocupando os 950 metros quadrados do primeiro andar do prédio.
"O mundo mágico de Escher" é o maior conjunto de obras do artista já exibido no Brasil. Todos os trabalhos pertencem ao Haags Gemeentemuseum, que mantém o Museu Escher, em Haia, Holanda.
 
O  curador Pieter Tjabbes, holandês radicado em São Paulo, levou cinco anos para convencer o museu a liberar  originais para itinerar pelo país. "Só existem três coleções no mundo. As gravuras são muito frágeis e o Haags Gemeentemuseum, depois desta mostra, não poderá exibi-las por mais de quatro anos", explica Tjabbes.
 
"O mundo mágico de Escher", apresentada no CCBB Brasília, de outubro a dezembro de 2010, segue do Rio de Janeiro para o CCBB São Paulo, em abril de 2011.

A exposição inclui dez instalações que pedem a participação do visitante para "desvendar" manobras gráficas da produção de Escher, que tanto instigam a visão e a mente humanas, um documentário  realizado pela TV holandesa e uma animação em 3D, com sessões a cada 30 minutos, em que o público "sobrevoa" as obras do artista.

Os trabalhos de Escher são um dos mais reproduzidos no planeta no século 20, de gravatas e camisetas, a tapetes artesanais dos Andes e à alta costura, através do inglês Alexander McQueen [1969-2010], na coleção de outono 2009.

Suas gravuras instigantes têm formas entrecruzadas, criaturas em transformação e arquiteturas impossíveis para desafiar a percepção do espectador da realidade. As composições, sofisticadamente construídas, combinam realismo acurado com a exploração fantástica de padrões, perspectivas e espaço.

Uma de suas obras mais conhecida, Dia e noite [1938], ilustra o interesse do artista por dualidade e transformação. Nela, a superfície plana de terras cultivadas se transforma gradualmente em um espelho de imagens de dois grupos de gansos, um preto e um branco, que migram de um lado para outro simultaneamente, confundindo o espectador com uma representação bidimensional que parece ser tridimensional.

Influências
Foi durante o curso de arquitetura na Holanda, entre 1919 e 1922, que Escher mudou o rumo de seu interesse para o desenho e a gravura, estimulado por seu professor Samuel Hessurun de Mesquita.
Já casado, o artista foi morar na Itália, de 1924 a 1935, até que a situação política o fez mudar para a Suíça e depois para a Bélgica. Quando as tropas alemãs ocuparam Bruxelas, em 1941, ele voltou para a Holanda, onde permaneceu até  o fim da vida.

Na Itália, seus temas eram Roma e o interior do país, dos quais descrevia as ruas, estradas tortuosas, a arquitetura densa e os detalhes dos prédios romanos. Foi criando efeitos espaciais enigmáticos, combinando pontos de vista conflitantes como, por exemplo, olhar para cima e para baixo ao mesmo tempo, sempre com contrastes intensos de preto e branco. Um dos primeiros trabalhos a chamar a atenção da crítica foi Castrovalva [1930], litografia de uma pequena cidade italiana.

"Escher utilizava princípios da matemática sem ser rígido na sua aplicação. Ele seria mais um matemático amador, que aplicava certos efeitos quase intuitivamente. Obras que mostram situações que parecem normais, mas com uma observação mais atenta comprovam ser impossíveis, são baseadas em modelos matemáticos, como a cinta de Moebius ou o triângulo de Penrose, diz o curador. Belvedere [1958], Subindo e descendo [1960] e Cascata [1961] são exemplos dessa aplicação.

Depois do período na Itália, sua atenção se voltou para o que ele descrevia como "imagens mentais", baseadas, em geral, em premissas teóricas, estimulado pela visita ao Palácio de Alhambra, em Granada, Espanha, onde se encantou com o trabalho dos mosaicos islâmicos, de formas intrincadas e intensamente coloridos. Substituindo os padrões abstratos desses azulejos por elementos figurativos, Escher  desenvolveu "a divisão simétrica do plano". Ele usou este conceito na série de gravuras Metamorfose [1937], em que uma forma ou objeto se transforma em algo completamente diferente. Este tornou-se um de seus temas favoritos. Ele  explorou a complexidade arquitetônica de labirintos, com jogos de perspectiva e representação de espaços impossíveis.


Reconhecimento No início da década de cinquenta, já apreciado por cientistas e pelo público, o artista continuava ignorado pela crítica, até ter matérias publicadas na revista americana Time Life e seu trabalho passou a ser mostrado em galerias de arte.

Nos anos sessenta, os paradoxos e as ilusões visuais de Escher ganharam relevância na academia, que questionava a visão convencional da percepção humana e alternativas de abordagem da natureza, na geologia, na química e na psicologia. Sua produção se tornou mais popular ainda entre universitários e na contracultura, que testava os limites da percepção com drogas alucinóginas. Escher se tornou uma figura cult.


No seu centenário de nascimento, em 1998, a National Gallery of Art de Washington realizou uma restrospectiva do artista, que mereceu artigos no New York Times e  Washington Post

Enigmas
Dez instalações inspiradas nas manobras gráficas de Escher estão inseridas no circuito da mostra:
1 - Olho mágico: dois cones de visão, um na obra, o outro no espectador, que juntos revelam um segredo do artista;
2 - As diferentes projeções simultâneas navegam por obras de Escher, amplificadas por efeitos de reflexão, transparência e multiplicação;
3 - Periscópio: sala que interage os diferentes espectadores por meio de uma janela que transforma coordenadas e desafia a percepção espacial;
4 - Poço infinito: o espectador pode caminhar sobre um poço luminoso, que atravessa o piso, até desaparecer de vista;
5 - Escada: uma escada cujos degraus atravessam espelhos revelando outros degraus;
6 - Sala impossível: um mesmo espaço que esconde dois universos invertidos;
7 - A casa de Escher: o visitante é convidado a experimentar o espaço de uma gravura do artista pelo lado de dentro;
8 - Sala da relatividade: um quarto distorcido que aumenta e diminui o tamanho do espectador por um truque de perspectiva;
9 - Metamorfose platônica: sólidos geométricos que se transformam uns nos outros no compasso do caminhar do visitante;
10 - Reflexão sobre Escher: um espelho invertido com o poder de consertar imagens e desconsertar o mundo ao seu redor.

Catálogo

Uma publicação bilíngue, português-inglês, de 168 páginas, acompanha a mostra, com textos do curador e da pesquisadora holandesa Micky Piller, e imagens de todos os trabalhos da exposição.

Palestra

Em 1 de março, o curador Pieter Tjabbes faz palestra no CCBB RJ, com entrada franca, sobre a vida e a obra do artista.


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"O mundo mágico de Escher" está aberta ao público até 27 de março de 2011, de terça a domingo, das 9 às 21h. Grátis.

Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro
Rua Primeiro de Março 66
Centro
21 3808 2020


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