sábado, 19 de novembro de 2011

VÍDEO | Rio São - Ronaldo Fraga

Vídeo da coleção de verão 2008/09 de Ronaldo Fraga. Inspirada por sua viagem ao Rio são Francisco. Que depois resultou na exposição que tanto falo por aqui.




Eu já tinha a certeza de que o São Francisco é mais que um rio. Em 2008, satisfazendo antigo desejo, escolhi  o “Velho Chico” como objeto de pesquisa para a coleção de verão 2009. 

Seria a desculpa para ir de encontro a um universo que eu já conhecia das histórias e da literatura. PIRAPORA, CARRANCAS, GAIOLAS a VAPOR , BOM JESUS DA LAPA, PIRANHAS E LAJEDO, PETROLINA E JUAZEIRO... palavras que no meu imaginário chegavam como um afago, agora se tornavam mundo real. Por três meses viajei e me embebi das águas e da cultura do rio. 

A coleção foi colorida com as cores barranqueiras, com os pontos e bordados característicos do universo às margens do rio, com as imagens das texturas das sacas de café e tábuas de madeira de lei que remendam os barcos e a alma ribeirinha...

Lançada a coleção, na sequência, a desfilamos no Chile e no México e o universo gráfico da mesma foi exposto no MOT, Museu de Arte Contemporânea de Tóquio. Outras coleções vieram, mas como dito pelos ribeirinhos “uma vez que se bebe da água do rio, o rio nunca mais sai da gente”.

Passados dois anos, realizamos agora outro grande projeto: transportar parte da magia do São Francisco para uma exposição itinerante que circulará em pelo menos doze cidades do Brasil.

É um diálogo entre a minha narrativa de moda e a rica cultura do rio que mais desperta afeto entre os brasileiros.  As “águas” do São Francisco não cabem em uma só coleção de moda, em um só livro e muito menos em uma única exposição, portanto essa não é uma mostra de acervo. São instalações costuradas entre a moda e a cultura ribeirinha.
Caminharemos por um convés imaginário, como o do vapor Benjamim Guimarães, observando o universo gráfico dos mercados populares, das carrancas e da arte popular; as histórias de amor de idas e vindas dos caixeiros viajantes; as cidades submersas pelo progresso desenvolvimentista... Tudo numa vasta ciranda amorosa em torno do “Velho Chico". 

Ronaldo Fraga, outubro de 2010.

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